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Universidade





FÓRUM ABERTURA




novo papel político da FMUSP. “Aplaudo de pé essa fessores e como alunos. “O docente é tão servidor
decisão e espero que vocês possam puxar uma cor- quanto eu, ele tem de ter respeito ao meu conheci-
rente quase carnavalesca para que esse bloco faça mento e ao meu fazer”, disse, e reforçou que “essas
história, e que vocês se coloquem em outro lugar questões são difíceis de debater, mas é um compro-
social, em outro lugar humano, e quem sabe no misso com todos os trabalhadores, docentes, estu-
único lugar antropológico de Hipócrates: ‘Aquilo dantes, na busca de uma universidade melhor e de
que a gente come é aquilo que a gente é’.” uma relação interpessoal que dê conta de superar
Antes de terminar sua explanação, o teólogo os nossos problemas e pensarmos juntos na solu-
ofereceu, simbolicamente, à plenária, o tapete de ção”. E acrescentou: “Vamos fazer esse evento para
orações que ganhou do xeque Shihat, lembrando repensar a faculdade, a universidade, e reeducar
a grande oração, que hoje é, talvez, segundo ele, a todos aqueles que aqui estão: docentes, discentes,
mais urgente do mundo, dita a cada manhã por qual- funcionários... e quem mais quiser vir para um pro-
quer pessoa do Oriente Médio: “Que a paz esteja cesso de conhecimento”.
com todos nós e contigo também”. E concluiu sua
HED FERRI
fala, desejando: “Que possamos construir essa paz”.

HED FERRI












Prof. Joaquim Edson Vieira, da Comissão de Bioética
do HC/FMUSP
Jupiara Gonçalves Castro, do Núcleo de Consciência Para o Professor Associado do Departamento
Negra da USP
de Cirurgia da FMUSP e Membro Titular da Comis-
A apresentação seguinte foi de Jupiara Gonçal- são de Bioética do HC/FMUSP, Prof. Dr. Joaquim
ves Castro, fundadora do Núcleo de Consciência Edson Vieira, “entender o passado em toda a sua
Negra da USP e responsável pelo RH do Centro de complexidade é uma forma de adquirir sabedoria,
Saúde-Escola Butantã, que falou sobre as questões humildade e um senso trágico a respeito da vida
étnica e racial no meio universitário. Ela lembrou no sentido de compreender suas limitações”, afir-
que esse debate começou em 2007, quando se co- mou, parafraseando o historiador norte-americano
meçou a discutir a questão na USP e a conclusão Gordon Wood. E opinou: “É claro que não estou
foi a de que não se trata da ausência de negros na dizendo que a sociedade brasileira, embora tenha
Universidade, mas sim de sua ausência como pro- demonstrado sinais nos últimos 200 anos, continua



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