Page 2 - Universidade-preconceito
P. 2









A
FÓR PALESTRANTE XBERTURA
FÓRUMUM


Tolerância: está na universidade”. Ela prosseguiu pontuando
que “temos de aceitar as diferenças que existem no
exigência ética e outro, ver no outro um sujeito de direitos, igualzi-


direito de todos nho a mim. Portanto, com os mesmos direitos que
atribuo a mim mesma, para dizer que devo respei-
Recepcionando os convidados e a plateia, o tar o próximo, não porque almejo a reciprocidade,
Vice-reitor Vahan Agopyan abriu os trabalhos fa- e sim porque se trata de semelhante. Na verdade,
zendo um agradecimento especial à Doutora Vâ- a tolerância é uma exigência ética, o direito ine-
nia Balera, Procuradora de Justiça aposentada e rente a todo o ser humano ao respeito, o direito
Coordenadora do Núcleo de Estudos dos Direi- de todo o ser humano de viver e de conviver com
tos Humanos da USP, por seu trabalho incansável outras pessoas com suas diferenças específicas, vi-
em prol dos Direitos Humanos. “Mais uma vez, sões de mundo, crenças e ideologias. Dizer ‘não’
fico bastante confortável por estarmos avançando ao pensamento autoritário que a qualquer custo
nas discussões, que vão agregar mais valor e criar visa impor seus valores com verdades absolutas”.
um ambiente no qual esses assuntos possam ser Finalizando, esclareceu aos presentes que a missão
debatidos em prol de toda a nossa comunidade”, do fórum foi a de abordar quatro eixos: (1) orien-
concluiu. Em seguida, a Drª Vânia Balera destacou tação sexual e gênero; (2) etnia e raça; (3) religião;
que: “Depois de termos debatido os temas ‘álcool e e (4) social e cultural.
drogas’ e ‘violência contra a mulher’, agora vamos
conversar sobre ‘intolerância e preconceito’”. AGNALDO DIAS
Ela fez questão de ressaltar que todos os fóruns
são organizados a partir de uma série de reuniões,
das quais participam alunos, representantes dos
coletivos, dos Centros Acadêmicos, das Atléticas,
professores interessados nos temas, funcionários e
Comunicação. “É a partir desse processo que defini-
mos os temas, o que vamos abordar, bem como esse
formato, que os alunos entenderam ser o mais de- Adriano Caobianco, do NEGSS
mocrático, até porque são intervenções”, explicou.
Segundo a Drª Vânia Balera, “não podemos Na sequência, o primeiro convidado a se apre-
aceitar essa intolerância, porque nós estamos em sentar foi Adriano Caobianco Sant’Ana Filho, repre-
um ambiente de ciência, de educação, em que es- sentando o Núcleo de Estudos em Gênero, Saúde e
ses fenômenos têm de ser estudados e temos de Sexualidade (NEGSS), que faz o papel de militância
buscar sempre uma forma para enfrentá-los, que auto-organizada LGBT dentro da Faculdade. “Re-
deve gerar uma indignação e uma repulsa a quem conhecemos que se tratam de relações de poder, de



2
   1   2   3   4   5   6   7