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FÓRUMUM PALESTRANTE XBERTURA
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Para falar sobre “Movimentos sociais e direitos HED FERRI
humanos: Médico como promotor de cidadania”,
a Drª Linamara Rizzo Battistella, Secretária dos
Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de
São Paulo, disse que “é interessante discutir precon-
ceito e direitos humanos na ótica das pessoas com
deficiência porque, ao contrário de todas as popu-
lações ‘vulneráveis’ – embora esse termo seja tão
ruim quanto ‘tolerância’ –, é impossível não se criar
o constrangimento. Você pode fingir que não viu Prof. Fernando Altemeyer, da PUC-SP
o afrodescendente, não percebeu a homossexuali- Outra questão colocada em destaque foi a “in-
dade, mas sempre o olhar e o espanto ao enfrentar tolerância religiosa”, na fala do Prof. Fernando Alte-
uma pessoa com deficiência ficam visíveis”, afir- meyer Junior, Suplente de Chefe do Departamento
mou. Na opinião dela, “trabalhar a questão de direi- de Ciências da Religião da PUC-SP. Diante de tantas
tos humanos e quebras de barreiras, acesso iguali- demonstrações de intolerância em todo o mundo,
tário, equidade social na perspectiva da pessoa com ele afirmou: “O mundo é muito pequeno, a intole-
deficiência constrói caminhos que podem significar rância é muito próxima, e o antídoto tem de vir de
pontes para todos aqueles que se sentem ou que es- cada um de nós. Como virá? Com grande estudo e
tão efetivamente de alguma forma excluídos”. competências teórica e intelectual, com grande em-
Para concluir, ela afirmou que “o conflito e o penho pessoal de mudança de cada um de nós, de
movimento social vêm para construir a lógica do seus valores, mas, sobretudo, de uma tentativa de
direito, para garantir o direito a todos, e os direitos reduzir esse dogma, essa falsificação de deuses e ver-
não são uniformes, eles se desdobram em diver- dades que faz com que nos sintamos incomodados
sos matizes, e dentro do civil, político, econômico, diante do outro, daquele que nos pergunta”.
social e cultural não se conseguiu alcançar a con- Na opinião de Altemeyer, “os médicos que fo-
dição de estado de bem-estar social”. Na opinião ram capazes de olhar o coração humano pelo es-
da especialista, “é por isso que a terceira geração tetoscópio não vão ouvir simplesmente sopros ou
dos direitos humanos fala muito sobre o direito da desvios de determinados graus da fluidez cardíaca
solidariedade, dos direitos difusos, que asseguram ou estomacal. Eles terão de entender as dores da
qualidade de vida, e a qualidade de vida nessa pers- alma humana e lutar como médicos para que a so-
pectiva do fundamento da fraternidade entre pes- ciedade seja democrática e nunca mais haja médi-
soas, na família, no povo e na nação”. Ao final, afir- cos ao lado da tortura, nunca haja Faculdades de
mou: “É esse novo direito que traz uma concepção Medicina que não estejam ao lado dos últimos da
de liberdade, de direito de escolha para todos, com sociedade”. Ele comemorou a realização do Fó-
igualdade de acesso”. rum, afirmando que essa iniciativa determina um



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